O Projeto

Apresentação

Sobre nós

"O Dicionário Espírita: Libras" é um instrumento de consulta inerente à Doutrina Espírita, criado pelo grupo de pesquisa denominado Estudos Surdos Espíritas – GES Espíritas. Foi desenvolvido sem fins lucrativos, estando gratuitamente disponível na mídia por meio de uma plataforma online. Esse material é dedicado às pessoas interessadas na Doutrina Espírita acessível em Libras.

Descrição do Dicionário

Trata-se de um instrumento de consulta que abrange componentes lexicais da Língua Brasileira de Sinais. O leitor seleciona uma palavra (verbete) e essa é identificada em Língua Brasileira de Sinais tendo, também, a opção de visualizar a tradução/interpretação em Libras de cada acepção. É possível identificar que há alguns verbetes que apresentam a mesma grafia, mas com significados distintos que são baseados nos fundamentos da Doutrina Espírita. Nesses casos, os sinais são representados considerando-se o contexto indicado, como, por exemplo, o verbete CÉU referenciado como espaço indefinido que circunda a Terra (KARDEC, 2016a, p.25), [parte I, cap.III, item 01] é, também, identificado como mundo espiritual (KARDEC, 2016a, p.27) [parte I, cap.III, item 05], tendo em vista o contexto apresentado pela Doutrina Espírita. E, ainda, há verbetes com grafias diferentes que, na Língua Brasileira de Sinais utilizam o mesmo sinal, observando que ambos têm o mesmo significado, conforme identificado nos verbetes PERISPÍRITO e CORPO FLUÍDICO. Analisando os aspectos gramaticais da Língua Brasileira de Sinais, existem alguns sinais que denominamos como sinais icônicos, aqueles que, quando produzidos, trazem a lembrança do formato de um objeto dando-lhe representação por meio da semelhança. E outros que denominamos como sinais arbitrários, usados para referenciar os sinais que não apresentam qualquer semelhança com o objeto referente, tendo sua associação estabelecida a partir do conceito do objeto. O Dicionário Espírita: Libras foi desenvolvido tendo em conta a compreensão do conceito de cada vocábulo, evitando criar sinais aleatoriamente.

Grupo de Estudos Surdos Espíritas – GES Espíritas

Somos um grupo composto por pessoas Surdas e por ouvintes bilíngues. Temos uma estrutura organizacional composta por uma orientadora/coordenadora da pesquisa, uma equipe que compõe o colegiado, 10 pesquisadores bilíngues e diversos colaboradores espíritas. Criamos o GES Espíritas com a finalidade, a priori, de desenvolver estudos sistematizados sobre a Doutrina Espírita e, a partir dessa, criar e catalogar diversos sinais da Língua Brasileira de Sinais que estão identificados nesse dicionário. E, ainda, realizamos diversas tarefas em caráter voluntário, com a finalidade de divulgar a importância de o Movimento Espírita desenvolver ações inclusivas para as pessoas Surdas. Além da pesquisa e criação do dicionário, que também é um dos instrumentos de acessibilidade, o GES Espíritas promove consultorias, palestras, rodas de conversas sobre diversas temáticas relacionadas à área. Realizamos acessibilidade comunicacional através da tradução e interpretação das reuniões públicas do G.F.E. Irmã Scheilla (todos os domingos, sem interrupção), de diversos seminários, congressos, eventos espíritas, tanto em Minas Gerais quanto em outros estados. Desenvolvemos gravações de Janelas em Libras1 visando oferecer às pessoas Surdas acesso aos conhecimentos relacionados à Doutrina Espírita.

A PESQUISA

Contextualização legal e histórica

As pessoas surdas se comunicam por meio da Língua Brasileira de Sinais – Libras – uma língua distinta da Língua Portuguesa que se configura na modalidade gestual-visual. No Brasil, essa língua foi oficializada pela Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e regulamentada pelo Decreto Nº 5626, de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005). Diversos espaços religiosos, cada qual com características peculiares, desenvolveram trabalhos voltados às pessoas Surdas. Podemos citar Padre Eugênio Oates (1961) que, na década de 70, publicou um livro intitulado "No Silêncio da fé" que se refere a um compilado contendo orações católicas identificadas em língua de sinais. E, ainda, podemos citar a publicação da obra denominada "Linguagem das Mãos", contendo a representação de 1258 sinais por meio da fotografia. Em 1983 os luteranos, junto com os católicos, publicaram o livro intitulado "Linguagem de sinais no Brasil". Doravante, em 1987, a igreja batista publicou o dicionário "Comunicando com as mãos". Em 1991, foi publicado o dicionário com sinais bíblicos, intitulado "O clamor do silêncio". Além dos dicionários, verifica-se que a figura do intérprete de Libras, nos espaços religiosos (igrejas Católicas, Testemunha de Jeová, Protestantes), se fortaleceu desde o século passado. Em 1999, por exemplo, já havia a presença de um intérprete de Libras sinalizando missas no programa da "TV Canção Nova", vinculada à Igreja Católica (SILVA, 2013). No Brasil, as pessoas Surdas começaram ter acesso à Doutrina Espírita somente a partir de 2007 mediante os trabalhos desenvolvidos no Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla (BH/MG)2 através da oferta do profissional intérprete de Libras3 (Língua Brasileira de Sinais). Nesse período desenvolvemos dois projetos concomitantemente: "Acessibilidade das pessoas Surdas à Doutrina Espírita" e o "Projeto de Inclusão e Diversidade nas Casas Espíritas". Em 2014 criamos o GES Espíritas. Em 2015 algumas pessoas Surdas e ouvintes bilíngues (Rio de Janeiro) começaram a aprimorar e desenvolver estudos sobre a Doutrina Espírita utilizando uma ferramenta virtual (whats app), considerando a falta de acessibilidade comunicacional nas Casas Espíritas. Essa alternativa possibilitou a participação de pessoas Surdas em diversos estados. Surge, então, a necessidade de realizar, periodicamente, encontros nacionais entre surdos e ouvintes espíritas visando discutir possibilidades de ampliar os trabalhos nessa área. Assim, ocorreu o 1º Encontro Nacional entre Surdos e Ouvintes Espíritas – ENSOE, no dia 3 de outubro de 2015, na cidade do Rio de Janeiro, no Grupo Espírita Regeneração - Casa de Benefícios Bezerra de Menezes. Esse evento foi organizado por Ronise Oliveira, Luciane Rangel, Maysa Farias, Esmeralda Steliing e Verônica Lima e contou com a presença de 104 pessoas. O 2º ENSOE aconteceu nos dias 10 e 11 de dezembro de 2016, na Seara Bendita Instituição Espírita, São Paulo/S.P. e contou com o apoio da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. O evento foi organizado por Alexandre Melendes, Tereza Cristina Leança, Ana Lídia Thalhammer, Alexandre Ohkawa. O 3º ENSOE ocorreu nos dias 18 e 19 de novembro de 2017, na Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS. Foi organizado por Janaína Pereira Claudio onde participaram 104 pessoas. Em 2018 aconteceu o 4º ENSOE, sendo sediado em Minas Gerais/BH e organizado pelos GES Espíritas e G.F.E. Irmã Scheilla. Nesse evento ampliamos as discussões sobre a importância das pessoas Surdas terem acessibilidade comunicacional nas Casas Espíritas, e contamos com os apoios da Federação Espírita Brasileira, da União Espírita Mineira e da Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte. Contamos com a presença, nesse evento de aproximadamente 180 pessoas.

Justificativa

No mês de maio de 2007, iniciamos o primeiro trabalho sobre acessibilidade às pessoas Surdas mediante as práticas de tradução e interpretação realizadas nas reuniões públicas aos domingos (G.F.E. Irmã Scheilla) e foi possível perceber que muitos sinais (Libras) utilizados nos diversos espaços religiosos, não condiziam com os mesmos conceitos apresentados pela Doutrina Espírita e, ainda, verificamos que havia ausência de muitos sinais de Libras que pudessem caracterizar conceitos que são unicamente expressos pela Doutrina (períspirito, Consolador, Espírito de Verdade, entre outros). Mediante as inquietações e o desejo de buscar uma solução para os problemas identificados, criamos, no dia 03 de outubro de 2014, esse grupo de pesquisa que nomeamos de Grupo de Estudos Surdos Espíritas. Pode-se dizer que, até 2007, as casas espíritas brasileiras não promoviam acessibilidade comunicacional às pessoas Surdas. Assim sendo, esse grupo de pessoas ficou com acesso restrito ao conhecimento da Doutrina Espírita. Consequentemente, a falta de informação e conhecimento sobre o assunto provocou a não existência de muitos sinais em Libras para expressar conceitos inerentes à Doutrina Espírita. Assim como todas as línguas, a Libras desenvolve-se em função dos processos sociais e culturais do povo que a utiliza. À medida que a população Surda se apropria de novos valores e vivências sociais e culturais, a Libras, sendo uma língua viva e mutável, evolui e se transforma adquirindo novas palavras. Seguindo esse viés, o Grupo de Estudos Surdos Espíritas, por meio da pesquisa científica, criou e catalogou léxicos da Libras apresentados nesse dicionário. Essa pesquisa apresenta grande relevância social, pois, seu produto final, que é esse dicionário, será instrumento de acessibilidade nas Casas Espíritas do Brasil. E, dessa maneira, as pessoas Surdas, poderão ampliar seu conhecimento nessa área, recebendo a oportunidade de promoção de aprendizagem, evolução intelectual, moral e espiritual.

Objetivos

  • Realizar estudos doutrinários.
  • Desenvolver estudos linguísticos sobre a Língua Brasileira de Sinais e estudos relacionados à identidade e cultura surda.
  • Criar e categorizar verbetes que ainda não tem sinais (Libras) equivalentes à Doutrina Espírita.
  • Desenvolver práticas de tradução/interpretação como instrumento de pesquisa.
  • Divulgar e informar o Movimento Espírita sobre a importância das pessoas Surdas terem acesso à informação e ao conhecimento da Doutrina Espírita por meio da acessibilidade comunicacional em Libras.

Metodologia

Essa pesquisa foi baseada na área de concentração denominada "Estudos Surdos", termo utilizado por Skliar (1998) para se referir às pesquisas que englobam questões culturais, linguísticas, educacionais, políticas, referentes às pessoas surdas (SKLIAR, 1998.p.5). Compreendendo a complexidade dos estudos linguísticos, ao realizar essa pesquisa, optamos por seguir procedimentos metodológicos sistematizados, conforme orientado por Kardec (1804-1869) ao incitar que os estudos da Doutrina Espírita devem acontecer com seriedade e boa vontade. Para ele “[...] O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. [...] Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das ideias (KARDEC, 2017.p.30 - 31). [L.E. Introdução, Item 8]. Trata-se de uma pesquisa aplicada com a finalidade de produzir um Dicionário Espírita em Libras, para servir de instrumento de acessibilidade às pessoas surdas do Brasil. Procuramos seguir a abordagem qualitativa, buscando explorar detalhes e vivências do objeto de estudo (Libras no contexto da Doutrina Espírita), a partir das relações pragmáticas com a língua alvo (Libras). Optamos por utilizar procedimentos metodológicos baseados na pesquisa participante que, para Brandão (1984), é a forma de investigar a realidade no meio social tendo a plena participação da comunidade na análise de sua própria realidade. Ou seja, a criação do dicionário foi realizada mediante uma relação direta e pragmática com a língua alvo, tendo a participação ativa de pessoas surdas e pessoas ouvintes que utilizam a Libras. Os signos em Libras são criados após a realização dos estudos temáticos. Primeiramente, é necessário compreender o significado de cada verbete selecionado buscando associá-lo à língua alvo (Libras). Para alcançar esse propósito, consideramos as especificidades educacionais inerentes às pessoas surdas, permitindo-lhes elaborar as ideias sobre os conceitos estudados para, posteriormente criarem os sinais. Ao iniciar a pesquisa realizamos uma breve busca na internet visando identificar se, no âmbito nacional, haveria algum dicionário desenvolvido nessa área. No período correspondente a 2014/2015 não identificamos materiais publicados em revistas, sites, artigos e outros disponibilizados pela mídia. Utilizamos a filmagem como recurso técnico viável para evidenciar a pesquisa e avaliar a viabilidade da mesma. Realizamos as gravações dos estudos, das reuniões colegiadas e de diversas traduções e interpretações desenvolvidas periodicamente. Assim foi possível aferir se os sinais criados (referente a cada verbete) estavam ou não adequados, ou se precisavam voltar para o banco de palavras pesquisadas a fim de passar por ajustes necessários. Validados os sinais, estes foram gravados pela equipe técnica e alocados nesse ambiente virtual. Após publicação, o dicionário continuará recebendo novos verbetes com sinais criados e será desenvolvido, também, por meio de um aplicativo e em DVD.


Referências

BRANDÃO, Carlos R. Repensando a Pesquisa Participante. São Paulo, Brasiliense, 1984.

BRASIL. Decreto 5626 de 22 de Dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº10436 de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e o art. 18 da Lei 10.098 de 19 de Dezembro de 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm Acesso em: 12 de setembro de 2018.

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